a casa já não é mais minha
e os galhos que contornam minha pele
e fazem sombra no chão
em mim
já são tão secos que me dizem bobamente que meu beijo era cru feito puntura de geotinta
e viril-fraco sensível-forte meticulosamente mentiroso
e de perpétua maciez que sufoca
e remota da tua sã gentileza.
já é dia e o gato sobe na janela
as formigas migram
de um vão para outro
será que adocei meu quarto com aguardente de sabor de medo de ir até o fim?
o cheiro de verão-quase-inverno quente
quase vai se perdendo
no meio da brisa que se esgueira pelos prédios cinzentos e azuis
que ecoam aqui dentro
(e estou longe da cidade
meia furada e cama amassada
feito meu cabelo que sustenta meus meio-carcaços pensamentos.
não, nem abri a porta,
depois do
não esperei mais pela minha ausência em dias bons
é melhor que eu vá antes que escureça por aqui, a estrada é meio longe.